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28/05/2017

Entrevista com Ricardo Scheir

O trabalho do Ricardo Scheir é um dos que mais admiro. Sempre fico encantada e envolvida com as coreografias dele. Envolvida, essa é a palavra. Transparece. Bailarino, diretor, coreógrafo e professor e proprietário do Pavilhão D, é referência no Mundo Bailarinístico. Estou honrada de tê-lo aqui falando com a gente.


Como a dança começou a fazer parte da sua vida?
A dança começou como mera diversão, eu nunca imaginei viver de dança, no final dos anos 70, por volta de 1976/77 , quando teve aqui a explosão da dança discoteca começaram a surgir concursos de dança e eu e minha irma participamos e começamos a ganhar, assim fui me envolvendo e não parei mais.

Como é fazer parte da vida de tantas bailarinas? Como você lida com essa responsabilidade?
No começo era preocupante, afinal de contas estamos também educando esses seres humanos, esperando que mesmo não dando certo a dança se tornem bons cidadãos, mas com o tempo vai ficando mais fácil de lidar com isso, agora mantenho um certa distancia do professor e do amigo.

O que você considera essencial para a formação de um bailarino (a)?
Disciplina, amor, talento, são tantas coisas e mesmo assim não quer dizer que vão se tornar bailarinos, viver da arte é complicado, não há uma regra, nós tentamos colocar determinadas regras, mas mesmo assim não podemos assegurar que vai dar certo... Ja presenciei alunos totalmente indisciplinados, mas acabaram tendo uma linda carreira... não é exata é humana, as regras não são absolutas...

Seu trabalho como coreografo é tido como referência. Ao que você atribui esse reconhecimento e as premiações?
Dificil responder essa questão assim ... Acho que faço com amor e verdade, talvez isso seja sentido pela plateia.



Quais as dicas você daria sobre concepções coreográficas?
Pesquisar bastante, estudar bastante antes de iniciar o processo coreográfico, entender o que quer fazer, assim não corre o risco de se perder no meio e virar apenas uma sucessão de movimentos...

Qual sua opinião sobre a importância dos festivais competitivos de dança?
Ajudou muito o desenvolvimento da dança nas escolas, para conquistar os prêmios as escolas se obrigaram a procurar por professores e coreógrafos , consequentemente os bailarinos tiveram mais informações, aprimoraram sua técnica e abriram portas para o trabalho profissional... Creio que só não é positivo quando o principal objetivo é o troféu, claro que todos querem ganhar, mas podemos tirar muitas outras coisas boas dos festivais, abrir a mente e humildade é primordial...

O que cada aluno deixa em você?
Um pouquinho dele... seu temperamento, seu jeito, até seu cheiro... tudo fica registrado, acho que nós professores temos uma memória gigante, por mais que anos e anos se passem, nunca esquecemos de cada um que passou por ali.. aprendemos muito com cada aluno, creio que completa também nossa alma...

Pra você dançar é:
Uma forma de vida, uma opção de vida, uma forma de respirar e encarar a vida... Amo o que faço e faço o que amo, privilégio para poucos, sou uma pessoa feliz.....

"Parabéns pelo seu blog...adorei e sempre leio
bjao"
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