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05/06/2015

Ballet Adulto - Realizando Sonhos

Em abril tivemos por aqui uma espécie de Concurso de histórias de ballet adulto. A história vencedora ganhou um lindo Collant Poéme. Mas todas as histórias são tão lindas, que aos poucos, eu vou postar elas aqui para vocês lerem. Espero que incentivem vocês ;)
Vou postar de 5 em 5, para todo mundo ser lido com calma.

Seguem as primeiras:

Olá meu nome é Taís e tenho 33 anos.
Sempre fiz ballet desde os 4, entre indas e vindas foram 13 anos.
Após um longo tempo parada, depois de ter minha filha, consegui voltar.
Foi como uma terapia, sair daquela bolha maternidade e fazer algo meu, que eu tanto adorava.
Conforme o ano foi passando, comecei a levar minha filha, então com 3 anos, junto comigo.
Eu achava legal, ela ver eu fazendo uma coisa que tanto me fazia bem, uma atividade física, escutar música clássica...
Aí surge o assunto espetáculo de fim de ano, que se chamaria Jovens Talentos, onde a academia homenagearia pessoas que fizeram história muito jovens, como Pelé, papa João Paulo, Shirley Temple.
Eu sabendo da loucura que é, me adiantei e falei pra professora que não dançaria, pois não tinha horários para os ensaios.
Foi aí que eu ganhei meu maior presente.
Ela disse que homenagearia a Madre Teresa de Calcutá , que muito jovem criou uma casa para acolher mães grávidas que não tinham condições de cuidar dos filhos e eu dançaria com minha filha, fazendo também uma campanha contra o aborto.
Não consigo expressar em palavras a grandiosidade do momento, da emoção que senti dançando com minha filha após tantos anos. Foi uma choradeira geral no teatro, todo mundo emocionado, a música ela Vivo por Ela do Andrea Boccelli, pra dar mais intensidade ainda.
E o melhor de tudo é que minha filha brincava no palco, sorria, adorava tudo aquilo.
Eu estava nervosíssima, errei a coreografia, terminei antes do tempo e chorei litros no final, mas posso dizer que foram uns 3 minutos de conexão direta com o divino, um momento muito mágico.
E acho que o ballet tem essa magia, esse instante de conexão, como uma força que te faz sair do ar, de se entregar, de viver a música.
Um registro do grande dia.

grande beijo
Taís Taveira
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Meu nome é Camila Santos e moro em Goiânia/Go. Sou Professora de Ciências, 

Mestranda em Biodiversidade Vegetal pela UFG e tenho 25 anos.

Não lembro, ao certo, em que momento de minha vida meu coração pulsou intensamente pelo Ballet. Sei que hoje ele bate tão forte, que esse amor pela dança se estende em cada movimento do meu corpo... A escolha pelos estudos e trabalho sempre deixou a dança como opção paralela às minhas atividades. Quantas vezes comecei, determinada a não parar a partir dali? Quantas vezes essas tentativas foram em vão? Quantas aulas eu perdi por não conseguir chegar a tempo? Infinitas vezes! Em dado momento não tentei mais, já que ao contrário do que dizem por aí ('Nunca é tarde demais para começar"), no Ballet ou em qualquer outra dança, quanto mais tarde você inicia o treinamento, mais dificuldades aparecerão pelo caminho. Todo esse impasse resultou em uma circunstância: iniciei minhas tão sonhadas aulas de Ballet aos 24 anos, após o término da Faculdade. Dessa vez sem parar! 

Mas por falar em faculdade, há um detalhe que preciso contar sobre aquele magnífico lugar. Importantíssimo! No penúltimo semestre do curso, com os olhos voltados para a Monografia, tentando sobreviver até o final (realmente não é fácil), Conheço um indivíduo igualmente apaixonado por dança: meu atual esposo. Celinor Júnior raptou meu coração quando disse já ter feito dança e participado de várias apresentações. Dali pra frente não acabou o assunto. Não faltaram vídeos, filmes e histórias envolvendo a dança e, sem percebermos, a dança nos envolvia. Naquele ano (2012) eu tinha decido voltar a dançar, a paixão pelos pliés nunca havia acabado, talvez adormecido, e de brinde ganhei o namorado mais lindo do mundo. Então, em 2013 comecei a fazer Jazz aqui em Goiânia e, em 2014, pude iniciar o Ballet. O Júnior voltou a dançar, claro, ele iniciou um pouco depois, em agosto de 2014, também no Ballet. 

Fizemos uma apresentação juntos, no final do ano passado, foi espetacular. Dançamos uma música da Pink – Just give me a reason – e interpretamos o casal da história, com beijo no final e tudo. Maravilhoso! Nossas colegas de classe arrasaram, amo demais! A professora Munique Gomes é fantástica, sempre acreditando em seus alunos. Uma segunda família. Este ano promete, as aulas estão com força (e dor) total. Continuamos firmes.

É um desafio dançar depois que crescemos, além dos julgamentos da sociedade:  “Fazer isso para quê?” “Vocês já são velhos para isso, não?”, as restrições em relação ao tempo continuam. Estou fazendo Mestrado agora e o Júnior finalizando a graduação, todavia, permanecemos lá. Todos os dias é uma nova batalha! Por exemplo, as exigências do uniforme. Eu definitivamente não sou uma moça delicada. Amo meus cachos e roupas confortáveis, gosto de um estilo mais esportivo, inclusive foi por esse motivo que o Jazz me atraiu inicialmente. Chegar na aula de coque, com meia-calça e aquela saia rosa, não era comigo! Tive muita dificuldade no início. Hoje sou apaixonada por cada detalhe que envolve esta dança. Apaixonada! Flexibilidade? Não, nem um pouco. Como eu sofro, mas é um sofrimento compensador. A cada dia os limites são superados, e eu sei que chegarei lá. Eu preciso chegar. 

Dançar não é fácil! Dedicar-se depois de adulta então, puft! Aparece a oferta de emprego irrecusável, a oportunidade de dedicar-se mais aos estudos ou um simples tempinho de descanso merecido durante a semana... Sim, nego-vos! Vou continuar tentando. Certa vez eu disse à minha professora: Você ainda vai me ouvir gritar bastante pelas dores físicas, vai puxar minha orelha incontáveis vezes quando eu trapacear nos exercícios, mas tenha a certeza que eu sempre estarei lá! Obrigada por mostrar-me que a dança é o refúgio mais lindo do Universo.

Camila Santos

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Então, tenho 16 anos e minha ligação com o ballet começou quando eu tinha uns 3 a ninhos, eu estava na creche e nos tínhamos algumas aulas por semana. Essa "Brincadeira de criança" seguiu comigo ate os 8/9 anos, quando eu tive que mudar de escola. A grana tava curta, meu pai estava sem emprego, então fui pra uma escola pública e sem chance nenhuma de prosseguir com a dança. 
  4 anos depois eu tive que me mudar, saindo na da cidade grande do ES para o o interior do RJ. Meu pai e a ideia fixa dele de trabalhar embarcado,  de fato aqui as oportunidades para esse ramo é melhor. A essa altura do campeonato eu já nem me lembrava mais do ballet. (Risos)
  Eu já estava com 14 anos e eu descobri um projeto da prefeitura da minha atual cidade, no qual eles ofereciam tipos variados de dança, teatro, música... 
  O meu sentimento pela dança voltou em uma quantidade indefinida, e minha vontade era sem inexplicável. Cheguei tarde demais para começar de imediato, já havia começado os ensaios de fim de ano,mas, não queria perder mais tempo, me matricula para o ano seguinte estava feita.
   Estava chegando as aulas, e minha preocupação junto, eu não sequer uma sapatilha,tão pouco dinheiro pra compra-la. Ai tive que fazer minha loucura do ano, a todas agências e sites de roupas e quase tudo que se referia a ballet(que eu já havia curtido) eu mandei uma mensagem pedindo uma colaboração pra ajudar a realizar uma vontade,quem sabe o sonho de ser uma bailarina novamente (que vergonha!). Não tive resposta de nenhum, e eu acabei desanimando de vez quando todos diziam que eu já estava velha demais pra isso, mas, ainda sim pesquisava sites,blogs,grupos e fazia exercícios em casa quando dava. 
  No final do ano passado eu consegui um emprego, nada certo, mas, consegui uma boa grana, não pensei duas vezes, quando vi já tinha gastado minhas primeiras diárias na Marnet, o site de danças. As aulas demoraram mais do que eu esperava, mas, eu consegui. E eu juro que estou me sentindo a muito melhor, por ter me levado a sério então ter dado ouvidos ao que os outros diziam. 
O que eu aprendi? Que tudo que eu quero eu posso conquistar, independentemente da minha idade. Eu sou uma bailarina sim,  sempre fui, porque o que te faz ser é seu amor pelo tal.

Sabrina Teixeira

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Meu nome é Viviane Caldeira Cesar Lombardi Santos, moro no interior de SP Tatuí. 

Minha historia começa onde sempre ouvi que bailarina tinha que começar cedo e eu já com 26 anos sonhava....Procurei escolas perto de casa e nessa época Ballet para adultos era pra poucos porque só achava turmas avançadas e achei que não era pra mim! Quando comecei um trabalho novo decidi que deveria malhar, embora toda a minha família fosse sedentária, entrei numa Academia perto de casa, fiz uns meses e cheguei a assistir uma aula de Ballet, mas era pras pequenas, logo, desisti de novo. Um certo dia, um amigo que conheci disse que sabia dançar e que iria fazer uma audição na época para os famosos Sandy e Jr, e disse para eu assisti-lo. Então fui, era uma aula de Jazz dance, eu não manjava nada, ele dançou eu achei lindo! E a professora disse que ele teria que fazer aulas, mas ele queria aprender piruetas pra ontem! Imagina a situação! Aqui começou a minha jornada, onde conheci a professora e decidi fazer uma aula experimental, me apaixonei de cara, já que não dava pro ballet me joguei no Jazz, participei do espetáculo naquele ano mesmo, me encantei com todo esse mundo! Passei por maus bocados minha coordenação era péssima, alongamento ruim, não conseguia correr sem folego, tudo para desistir, mas com o passar do tempo vi a necessidade de fazer o Ballet, e foi aberta uma turma depois de dois anos mais ou menos que comecei. Cada ano que tinha uma ganho eu ficava mais motivada a continuar, embora não houvesse apoio familiar, ou comentários de que eu era muito gorda pra fazer Ballet, com isso eu chorava muito.  Mas meu namorado na época, hoje meu marido Ricarte, casados há 12 anos me incentivava e disse que eu não podia deixar de correr atrás dos meus sonhos. 

E num dia de crise e muito choro quase desistindo ele contou a historia da Bailarina de um programa de autoajuda que um psicólogo (não me lembro o nome) havia contado. Resumindo.... a Bailarina que tinha dado tudo de si recebeu em sua cidade um Balé renomado e ela logo foi ver, pediu pra falar com o dono, ele deu a ela um minuto pra mostrar o que sabia fazer, e ela deu tudo de si neste momento, no final ela pergunta o que ele achou e ele disse NÃO, ela retrucou e ele disse NÃO de novo, ela saiu dali frustrada com tanto tempo perdido de sua vida e não poderia realizar seu sonho! Foi para casa chorou muito e o tempo passou, casou, teve filhos, e depois de muito tempo o Ballet voltou a sua cidade, ela foi ver novamente, inconformada e frustrada resolveu conversar de novo com o dono, que a recebeu, ela disse porque ele nem deu uma chance pra ela já que era seu sonho, e ele respondeu que ela desistiu muito fácil que no segundo não ela foi embora! E disse ainda que uma bailarina tem que ser forte e determinada mesmo quando recebe um não deve persistir!!!! Eu me lembro todos os dias dessa historia tive que parar duas vezes, para tentar ter um filho (que perdi numa gravidez ectópica) e depois pra ganhar meu lindo bebe Carlos Eduardo, mas voltei e estou no 6º ano, no Studio Silmara Verzinhassi, minha professora ajuda demais, a Silmara é linda como pessoa, tenho muitas dificuldades ainda por ter parado, porque tudo volta mas aos poucos e tenho que ter persistência e me dedicar para realizar esse sonho, não digo nem de formação pois já tenho 39 anos, isso seria um brinde, mas de estar em forma e lucida pra fazer aquilo que eu mais AMO, e quero me manter ativa assim o quanto eu puder, porque o Ballet hoje faz parte de mim!
Viviane Caldeira
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"​Quando criança, não tive oportunidade de ter feito ballet, mas sempre, desde sempre mesmo, o ballet fez parte dos meus sonhos. Sempre gostei do tom cor de rosa que as meninas usavam em seus collants, as sapatilhas de ponta, então, nem se fala. A polaina era a coisa mais fofa que eu já tinha visto. E as músicas? Fundo musical para dormir e sonhar.
Enfim, sempre fui incentivada a alcançar os meus sonhos, e, por isso, decidi ir atrás do ballet. Poderia dizer que sofri preconceito no ballet adulto, mas seria mentira. Desde quando entrei, sempre fui bem recebida. E mesmo fora do ambiente bailarinístico, as pessoas também sempre acharam interessante seguir esse novo caminho.
Poderia até escrever um livro sobre como esse momento foi e é importante na minha vida, mas nenhuma palavra conseguiria descrever o que sinto. Mas, posso terminar esse breve texto e dizer com todas as letras, que o ballet, meu sonho, melhorou em muito a busca pelos próximos passos da minha vida."
Gabriella Crivellente
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