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06/06/2017

Entrevista Exclusiva Luiza Lopes

Eu fico tão feliz quando profissionais bailarinísticos tiram um pouquinho do seu tempo para falar com o Mundo Bailarinístico! É sempre uma grande honra e uma felicidade. Hoje a Luiza Lopes, maravilhosa falou sobre sua formação, trajetória, rotina bailarinística entre outras bailarinices!



 Sua formação se deu pela tradicional EMB de SP, além de fazers cursos no Royal Ballet School e English National Ballet School. Pra você, qual a importância de uma metodologia na formação de um bailarino?

A metodologia é importante. Acho que a maioria das coisas que absorvermos pro nosso corpo como bailarinos acontece na formação. Depois que nos profissionalizamos, a gente só aprimora aquilo que já sabe, lapida. Mas a base acontece na formação. Existem diversos tipos de metodologia e acho que como tudo na vida, cada um tem seus prós e contras, então acho que vai de cada um entender o que funciona melhor pro seu corpo. E acho também que o professor tem sim muita importância mas não é tudo. O bailarino precisa estar disposto a acatar as correções, disposto a aprender. Isso faz toda a diferença.

❤ Bailarinos enfrentam dores e privações em seus caminhos. O que faz continuarem seguindo em frente?

O amor pela dança. Não tenho dúvidas disso. Eu abri mão de MUITA coisa pela dança, desde criança até hoje...e claro que já refleti muito sobre isso. E chego sempre a mesma conclusão. O que sinto quando estou ali em cima do palco, dançando, não se compara a nenhum outro sentimento que já senti na minha vida. É algo sublime, então pra mim, vale a pena abrir mão de algumas coisas durante a minha vida e sentir dor, pra poder desfrutar desse momento mágico que acontece quando estamos em cena.



❤ Psicologicamente, como encara essa busca obsessiva pelos movimentos perfeitos?

Tento sempre achar o equilíbrio. Uma coisa eu já entendi e aceitei. Se você quer ser o melhor que pode ser como bailarina, você precisa ser obsessiva. E eu não acho isso ruim, eu amo ser obsessiva com a dança. Rs Nossa busca pela perfeição vai ser eterna porque a perfeição não existe, mas na verdade eu acho que isso que me mantém motivada todos os dias na hora que eu acordo. É buscar ser o melhor que eu posso ser naquele dia...se a gente achasse a perfeição, não restaria nada mais pra gente lutar. Então acho que o fato dessa busca ser eterna, é que me mantém motivada...

❤ Conte-nos mais sobre sua trajetória até chegar ao Royal Swedish Ballet.

Vou tentar resumir (risos, normalmente escrevo um livro quando chega nessa parte mas vamos lá.. ;) )
Comecei Ballet aos 8 anos na Escola Municipal de Bailados, e então no 5º ano, senti que queria me aperfeiçoar mais e dedicar mais do meu tempo a dança, então junto com a escola municipal de bailados, comecei a estudar também no Núcleo de Dança Nice-Leite e Ilara Lopes.
Então era basicamente colégio de manhã e Ballet o resto do dia até 10 hrs da noite!
E então quando eu tinha 15 anos, senti que queria me aperfeiçoar ainda mais e então fiz uma audição para o Royal Ballet School em Londres e entrei com bolsa completa. Fiquei dois anos em Londres, um no Royal, e outro no English National Ballet School, quando então recebi a notícia junto com um convite para fazer audição para essa nova cia que estava surgindo em São Paulo... Estava com muita saudades de casa e fui, sem saber direito no que ia virar a companhia. Tinha 17 anos e pra minha surpresa, a diretora artística na época, Iracity Cardosonão me pegou como estagiária como fez com os outro bailarinos que tinham menos de 17. Ela me contratou direto como bailarina, e eu não pensei duas vezes e voltei pro Brasil. Trabalhar na SPCD sob a direção de Iracity Cardoso e Inês Bogea foi crucial no meu crescimento como artista. Lá tive a oportunidade de trabalhar com os mais diversos e melhores coreógrafos da atualidade desde muito cedo, e dançar diferentes e extraordinárias coreografias...aos poucos fui amadurecendo e crescendo junto com a companhia, e me tornei solista. Foi um presente na minha vida ter tido a oportunidade de participar de uma criação de uma cia na minha cidade. Sem ter passado por lá, não estaria onde estou hoje....
Porèm dançar em um companhia no exterior sempre foi um sonho, e então no ano passado senti que era a hora de tentar realizar esse sonho. Se eu deixasse passar muito tempo talvez fosse ser um sonho pra sempre, então decidi arriscar e ver no que ia dar. Sempre gostei do trabalho do Royal Swedish Ballet principalmente pela variedade do repertório da companhia que vai do clássico puro ao que há de mais contemporâneo. Graças a Deus deu tudo certo, consegui um contrato de primeira solista e fiz minha primeira apresentação no papel principal na segunda temporada, com o Ballet Raymonda, e farei o papel principal na temporada que acontece agora em dezembro com o Quebra Nozes. Estou muito feliz e realizada com tudo que vem acontecendo e acho que o segredo é trabalho e humildade.



❤ Qual a sua rotina bailarinística?

Acordo por volta de seis da manhã. Sou uma pessoa matutina e gosto de fazer as coisas com tranquilidade pela manhã! Acordo, tenho meu momento de meditação e pensamentos positivos pro dia que vem pela frente. Em seguida me arrumo com calma ouvindo uma música tranquila, deixa o que tem que deixar em ordem em casa, tomo meu café da manhã e sigo pra cia, onde faço uma hora de transport das 8 às 9. As 9 volto pro meu camarim e começo a me arrumar e me aquecer pra aula que começa às 10. Faço aula das 10 às 11:15 e geralmente temos ensaios das 11:30 até 13:00, das 13:00 às 13:45 almoço, e das 13:45 às 17:00 mais ensaios. Em dia de espetáculo, entramos o mesmo horário, 10 da manhã e trabalhamos até as 14:00 depois temos umas pausa até as 18:00, das 18:00 às 18:30 fazemos uma aula de aquecimento e normalmente as 19:00 o espetáculo começa. E não importa a hora que o espetáculo acaba, no dia seguinte entramos as 10 da manhã! Rs.

❤ O que é mais legal em ser garota propaganda de uma grande marca como a Balletto? 

Trabalhar com a Balletto é quase como criar um filho pra mim. Estou com a marca desde sua criação e tenho um carinho especial. O que mais me encanta na Balletto além de é claro a qualidade de seus produtos e todo cuidado e diferencial com que eles são feitos, é o incentivo que a marca dá para a dança no Brasil! Acho isso muito importante e acho que engrandece a dança como um todo. Ser garota propagando da marca pra mim é uma honra e um prazer imenso pois os ideais da marca coincidem com os meus ideais, o que pra mim é o mais importante.

❤ Para você dançar é:

Minha vida. É onde sou 100 por cento eu, onde me sinto mais realizada, onde me sinto mais feliz. Onde sinto amor pleno. É meu combustível.

❤ Saiba mais sobre a Luiza:

Nascida na cidade de São Paulo, começou a dançar aos oito anos de idade. Uma amiga de seus pais, professora de ballet, sempre a via dançando pela casa, e viu ali pistas do que poderia ser um talento. Começou seus estudos na Escola Municipal de Bailados, e em seu quinto ano de ballet começou a sentir que queria mais horas de treinamento, então começou  a frequentar também o Núcleo de Dança Nice Leite - Ilara Lopes.

Premiada em diversos concursos no Brasil, com 15 anos, ganhou uma bolsa para estudar na consagrada Royal Ballet School, em Londres. Enquanto esteve em Londres, estudou na Royal Ballet School, e também na EnglishNational Ballet School, e se graduou pela Royal Academy of Dance. Com apenas 17 anos, recebeu um convite de um contrato profissional para trabalhar na São Paulo Cia. de Dança, que acabava de ser criada e retornou ao Brasil.

Não Levou muito tempo para que começasse a se destacar na São Paulo Cia. De Dança e dançar os papeis principais.

Com apenas 17 anos, estreiou  em Serenade como "The Waltz Girl"e em Tchaikovisky pas de deux, ambos de George Balanchine e aos 19 teve sua estréia,como a bailarina principal em Temas e Variações, também de Mr. B.

Ainda na São Paulo Companhia de Danca, dançou papeis de muitos coreógrafos consagrados do século 21. Pas de deux de Gnawa, de Nacho Duato, Petite Mort de Jiry Killian, Legend Pás de Deux, de John Cranko, Le Spectre de La Rose, com versão de  Mario Galizzi baseada na Original de Michel Fokine, In the Middle Somewhat Elevated e Workwithinwork de William Forsythe, e também teve a honra de ter trabalhos criados para ela, como Bachiana Pasde Deux, de Rodrigo Pederneiras, Julieta, De Romeu e Julieta por Giovanni di Palma, e The Seasons por EdouardLock.

Fez também interpretou A Sylphide, em La Sylphide de Mario Galizzi, baseado no original de August Bournouville, papel que rendeu a ela um convite para participar da "Gala das Estrelas 2014", dirigida por Marcia Haydee. Atuou  também em O Grand Pas de Deux de Quebra Nozes, com a versão de Tatiana Leskova, Grand Pas de Deux de Don Quixote na versão de Manoel Fransisco, e o Grand Pas de Deux de Cisne Negro, com versão de Mario Galizzi, espetáculo no qual dançou com o Primeiro Bailarino do Royal Ballet, também brasileiro, Thiago Soares.

Recentemente, recebeu um convite para integrar o Royal Swedish Ballet, como Primeira Solista, aonde fez sua estreia na temporada de Don Quixote de Rudolf Nureyev, remontado pelo renomado Laurent Hilaire, na noite de estreia como Rainha das Driades. Já em sua segunda produção com a companhia teve a oportunidade de dançar o papel principal no Ballet Raymonda de Pontus Lidberg, e agora indo para sua terceira produção com a cia, fará novamente o papel principal, dessa vez em O Quebra Nozes, de Pär Isberg, com estreia marcada pra 5 de dezembro de 2015.

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