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19/01/2016

Técnica Masculina no Ballet Clássico

Convidei o Fellipe Camarotto para falar com vocês sobre a técnica masculina e particularidades dos homens no ballet clássico. Sempre me pediam dicas para bailarinos por aqui, então resolvi chamar alguém que fale com propriedade sobre o assunto, então a partir de agora, o Fellipe irá compartilhar um pouco do seu vasto conhecimento com a gente!


Acredito ser difícil falar sobre técnica masculina sem colocar pelo menos uma pequena parte da história do homem na construção do ballet clássico. A dança sempre foi uma parte integrante da sociedade ligados à religião, guerra, caça, agricultura, nascimentos, casamentos e mortes, onde os homens dançavam já que seus corpos atléticos eram ideais para a atividade árdua e às vezes violenta. Por volta de 1660 os homens foram os primeiros dançarinos profissionais.

O ballet se desenvolveu pela influência aristocrática, com a ajuda de Catarina de Médici, que após seus estágios iniciais na Itália se propagou pela França. Apenas homens dançavam e os papéis femininos eram dançados por eles usando máscaras. Financiado e produzido pelos aristocratas da época, cumprindo tanto o entretenimento pessoal como a necessidade de propaganda política, foi através da integração de poesia, dança, música e cenografia para transmitir uma história dramática unificada que surgiu o ballet clássico.

Foi Louis XIV, o Rei Sol, o primeiro homem influente a aparecer do ballet clássico, fundando a Académie Royale de Musique (Ópera de Paris) dentro do qual surgiu a primeira companhia de balé teatral profissional, o Ballet da Ópera de Paris, entendendo-se o porquê da predominância do francês no vocabulário de ballet.

Durante o período romântico a dança masculina perdeu sua supremacia. O único dançarino que distinguiu-se durante este tempo foi Jules Perrot. Depois de uma longa história Nijinsky, que era membro da companhia de Sergei Diaghilev, levou uma nova luz para o público. Temos provavelmente as estrelas mais conhecidas Rudolph Nureyev e Mikhail Baryshnikov, ambos treinados na União Soviética e com suas histórias de deserções, e continuando a desenvolver e influenciar fortemente como coreógrafos George Balanchine, William Forsythe, Nacho Duato, e por aí vai.

Há diferenças entre as técnicas femininas e masculinas. Bailarinos são abençoados com a musculatura das pernas mais fortes, o que lhes permitem se elevar do chão, criando um efeito surpreendente, além de sua forma de triângulo que os ajuda a girar como um pião.


Por mais que o conteúdo programático seja praticamente o mesmo para ambos os sexos, a formação e o trabalho são diferentes, seja no executar do movimento ou nas habilidades de parceria com as bailarinas, e principalmente nos saltos. Ter homens ensinando os alunos ajuda a inspirar, porque eles são modelos reais, mostrando aos alunos o potencial. A maioria das escolas de ballet tem um olhar que não é muito atraente para os meninos, com sites e salas cor de rosa. O desajustamento social é um problema comum no ballet. São as implicações sociais que vêm com ele, como as impressões das pessoas e que os outros possam dizer que podem atrapalhar o processo de aprendizado e ajustamento.
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