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10/01/2017

O PLIÉ! Por Janaína Barros

Plié quer dizer: curvado ou ainda a “ação de flexionar os joelhos.” É um dos passos mais básicos, aparentemente simples e um dos mais conhecidos do ballet. O que muita gente não sabe é que a sua ação envolve toda uma técnica e seus fundamentos vão além de simplesmente “dobrar o joelho” Por isso, se você é daqueles que costuma chegar atrasado em aula e acha que perdeu “SÓ O PLIÉ” Tá na hora de rever seus conceitos.


Normalmente nas aulas de turmas iniciantes ou intermediárias o plié é o primeiro passo da barra, pois tem a função de aquecer as articulações dos pés, tornozelos, joelhos... e ajudar no desenvolvimento da flexibilidade, dos músculos da parte inferior do corpo, trazendo uma maior consciência do en dehors dos quadris.

O movimento contínuo e repetitivo do plié em todas as 5 posições de ballet na barra é um instrumento na aprendizagem das transições conectadas com as etapas do centro. Sua ação é essencial para o desenvolvimento da memória muscular e para as aterrissagens suaves e flexíveis dos saltos. No centro é intensificada a relação do bailarino com o chão, onde flexão e recuperação, o uso da resistência ativa contra o chão que o impulsiona em qualquer direção, o faz atingir altura em saltos e construir um torque que proporciona controle e limpeza na terminação, não só de saltos, mas das piruetas. E com essa relação de tensão entre o bailarino e o chão através do plié que se torna possível toda uma gama de movimentos do ballet.

Mas se vocês pensam que é só na parte física que o plié age, estão mais uma vez enganados! Coordenado com a respiração, inicia-se um processo de concentração e preparação necessária não só para aula, mas futuramente para o palco. Para muitos bailarinos o “momento plié” é um momento de transição entre o mundo fora da sala de aula e o mundo dentro dela, sendo o primeiro movimento intencional e preparatório para a dança, sem falar na profunda sensação de serenidade que faz emergir o “bailarino” de dentro de cada um.

Outra coisa que pode vir a tona na execução do plié é a musicalidade do bailarino que precisa desenvolver o movimento de forma ligada dando um ar de suavidade e continuidade ao movimento.

Então o Plié não é simples assim como parece, pois além de todo fundamento ha também uma relação artística inicial com este movimento, algo mais profundo que impulsiona o processo para a dança.

Existe o Demi (médio) e o Grand plié. Um é a continuação do outro. Em quanto o Demi é uma flexão media com joelhos alinhados por cima dos dedos dos pés, o grand plié é uma flexão que dá continuidade a esse posicionamento dos joelhos sobre a linha dos pês, só que passa dos 90 graus, elevando os calcanhares depois de forçá-los, ainda no demi,  a uma extensão máxima para só depois descer em Grand plié, com calcanhares, na medida do possível, fora do chão. Quando digo “na medida do possível” é que os calcanhares só deixarão o chão quando o movimento em si, não permitir mais que os mesmos fiquem la.
Na volta do grand Plié a intenção é enfiar os calcanhares no chão, sem perder o en dehors dos pés, dos joelhos, quadris e das coxas que devem finalizar esticadas com a musculatura voltada para fora.

Então, além da parte artística e fundamental é bom trabalha com a intenção certa para que o plié não se torne apenas um “descer até o chão” ou uma “dobradura sem sentido” dos joelhos. Só quem trabalha na intenção do fundamento sabe a importância que cada passo tem, aí só assim você vai saber que quando chegar atrasado “não perdeu SÓ O PLIÉ”, mas sim toooodo o trabalho que o envolve.

Beijos :*

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