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25/02/2015

Pé para a selfie ou pé para o ballet?

Por Janaína Barros


Os pés são uma característica marcante nos bailarinos. Ao longo dos anos encontrei bailarinas de pés belíssimos e sem força, o que eu chamava de "pé pra foto". Mas na hora de calçar as sapatilhas de pontas ou mesmo nos simples relevés na meia ponta, não respondiam a altura de sua beleza. Tem pés que você olha e não dá nada por eles, porém tem uma força incrível e, pasmem, quando bem trabalhados desenvolvem linhas muito agradáveis de se ver.

Algumas bailarinas que já nasceram com arco alto, tornozelos finos, bem torneados e dedos bem agrupados, esquecem de usar de forma eficaz essas qualidades e o que era pra ser um trunfo aliado ao trabalho, acaba virando um problema.

Nada pior que uma ponta mal pisada, uma perna linda, altissima e uma péssima finalização em seu desenho, ou ainda uma sequência de saltos com aquele pé quadrado balançando. Ele tem que acompanhar a linha da perna e ter muita força para suportar peso do corpo e suas movimentações.

Os pés dos bailarinos devem ser pensados e trabalhados em todas as posições. Na horizontal (neutra), por exemplo, servem de base para suportar o peso do corpo. Você deve imaginar uma linha de 3 pontos que liga o dedo grande ao dedo mínimo e os dois ao calcanhar, formando um triângulo. O peso deve concentrar­se ao meio deste triângulo nem para frente (eversão), nem para trás (inversão), pois, se assim estiverem, podem prejudicar toda sua postura.


Uma vez entendida a distribuição correta do peso do corpo na posição neutra, podemos elevar o calcanhar, formando uma linha de 90 graus dos dedos em relação ao cou de pied, deixando o peso apenas na linha da frente do triângulo imaginário (do dedão ao dedinho) o calcanhar livre, alto e alinhado ao tendão. Esse trabalho na meia ponta fortalece e prepara melhor os tornozelos e todo o pé para os exercícios na ponta, por isso é importante não pular etapas. Lembre­se que ter nascido com pés bonitos e "prontos" para o ballet, não siginifica que eles sejam fortes os suficiente para servir de base para os saltos, piruetas ou para o uso da tão sonhada sapatilha de ponta.

Ficar em pé para o bailarino, não é mesma coisa que para outro ser humano. Temos que ter sempre um olhar a favor do nosso trabalho e do que queremos desenvolver. Então, cabe a você bailarino(a), não pular etapas, não ignorar os exercícios que os envolve, ter disciplina nos seguimentos, constância e isso fará toda a diferença na conquista de um pé forte, lindo e que, realmente, sirvam para a dança e não somente para selfies.



Boa sorte!
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