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27/05/2017

Entrevista Exclusiva: Fellipe Camarotto

Hoje o Mundo Bailarinístico tráz para vocês esta entrevista com o Bailarino Fellipe Camarotto. Ele fala do início de sua carreira, da sua estadia fora do país e apresenta seu curso para professores.


Brasileiro, começou seus estudos de ballet com Clayds Zwing aos 8 anos, tornando-se em seguida aluno de Sasha Svetloff. Formou-se pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil em Joinville. Trabalhou na Cia Jovem da Escola Bolshoi. Estagiou em Moscou com a Companhia Russa do Ballet Bolshoi. Dançou profissionalmente no Uruguai, Itália, Budapeste, Rússia, Canadá, Estados Unidos e em todo Brasil. Integrou a São Paulo Companhia de Dança.

Camarotto criou um Esquema Programático de Ballet Baseado na Técnica Russa e tem se empenhado em oferecer sua experiência e seriedade artística com seu trabalho como professor, utilizando a metodologia Vaganova, ensaiando coreografias clássicas e contemporâneas e de repertório clássico desde 2011 e também como consultor pedagógico, oferecendo cursos para a utilização da técnica russa.

1) Conte-nos como foi o seu início. Quais as maiores dificuldades e quem foram as pessoas que mais te apoiaram.

Minha mãe me colocou no sapateado quando tinha 8 anos e no ano seguinte Clayds Zwing me deu bolsa para cursar ballet. Sempre escondi na escola, pois sabia do preconceito, porém, minha família me apoiou totalmente e a todo momento. Meu avô sempre me levou e buscou na academia. Meu tio me ajudou financeiramente quando precisei. A mãe de um amigo me ajudava levando e trazendo para as aulas que Sacha Svetloff me ofereceu bolsa. E quando consegui ingressar na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, pessoas da minha família junto com a prefeitura de Osasco conseguiram um patrocinador para mim.

2) O que você acha do incentivo à cultura na cidade de Osasco e quais são os projetos e nomes desta área que você ressaltaria dentro do município.

Eu vejo que diversos acontecimentos culturais acontecem na cidade. Vejo que cada vez mais a cidade incentiva os artistas e possibilita apresentações. O Núcleo de Artes Cênicas Sebastian fazem o mesmo trabalho que a Escola Bolshoi, oferecendo a pessoas de baixa renda o ensino profissionalizante de ballet. O Edital de ocupação dos espaços públicos municipais e o Canto de Julho chamam a minha atenção. Fábio Yamato é encarregado da Cultura. Na dança, as coisas acontecem devagar. Elaine Lacerda vêm dando grandes passos com a criação de sua companhia.

3) Como pode descrever o projeto da Escola Bolshoi no Brasil.

O projeto possibilita que crianças de baixa renda de todo o Brasil, principalmente de Joinville, possam se tornar artistas-cidadãos. Não é uma formação apenas para o aumento do número de profissionais, mas sim, para disseminar a cultura e a visão cultural pelo Brasil. São excelentes profissionais que trabalham incessantemente para oferecer ao aluno as condições para que a dança se torne realidade, dentro e fora dos palcos. O diretor Pavel Kazarian, está o tempo todo buscando e ampliando a visão para fazer funcionar o que pode não ter funcionado antes.

4) O que diria para tantas crianças que fazem audições para ingressar à escola?

A Escola Bolshoi oferece um diferencial no que diz respeito a técnica. Quando chegamos para uma audição, dentro ou fora do país, começamos pela aula, e lá desenvolve-se essa forte base técnica. Porém, a metodologia russa é muito específica relacionado ao biotipo físico. Fico feliz quando vejo cada vez mais bailarinos interessados em fazer audição. Infelizmente nem todos tem o perfil, mas acredito que existem bons professores e não bons métodos. Procure sempre excelentes profissionais, que saibam te dar opções, pois alunos não são exclusividade, e quando procuram alcançar algo, devem ser incentivados.

5) Fale um pouco sobre suas estadias em cias fora do Brasil, como era sua rotina?

Eu fiz audição durante três meses para a companhia La La La Human Steps, fazia aula pela manhã e ensaiava por 6 horas. Durante esse tempo surgiu uma oportunidade e acabei dançando com a companhia Les Grands Ballet Canadiens de Montreal. Fazia aula e ensaiva por 6 horas e depois na rotina de espetáculos, fazíamos aula no palco, depois dançavamos. Foram cerca de 30 espetáculos. Tínhamos folga uma vez por semana. Quando fui estágiar no Teatro Bolshoi de Moscou, eu fazia aula com a companhia pela manhã e depois acompanhava os ensaios e espetáculos.


6) Trabalhou com grandes bailarinos, que com certeza são seus ídolos, como Natalia Osipova e Ivan Vassiliev. Como é esta experiência? Se sentia vivendo um sonho?

Cada um desses espetáculos e cada um dos bailarinos que trabalhei foi uma experiência ímpar. Não podia conter minha emoção de estar em contato com eles. Discutíamos sobre os personagens, ensaiávamos e até saíamos depois do espetáculos. Trocar ideias e vê-los de tão perto, partilhar do mesmo palco, é uma sensação maravilhosa. Osipova é um ídolo mundial, e a energia dela no palco te envolve, e te faz querer ser melhor. Vassiliev tem um magnetismo impressionante, é muito receptivo e brincalhão, sua técnica impressionante. Pude assistir grandes estrelas na Rússia, como a Svetlana Zakharova, mas estar no palco com grandes estrelas te faz sentir de outra maneira.

7) Fale um pouco mais sobre o Esquema Programático de Ballet que criou Baseado na Tecnica Russa e aproveite para convidar as pessoas para seu curso

O Conteúdo Programático de Ballet Clássico Baseado na Técnica Russa é um grande guia para professores que queiram conhecer e ensinar a metodologia Vaganova. Com ele trabalho dando aula e também como consultor pedagógico. É um programa de ensino, dividido em oito séries, que funciona como uma ferramenta para o professor acompanhar e ensinar o que o aluno deve aprender a cada ano, a fim de acrescentar conhecimento metodológico, viabilizando a orientação para que os estudantes se profissionalizem.
O curso que será oferecido em São Paulo no dia 22 de agosto, das 9 às 19 horas, busca abordar as quatro primeiras séries e eu convido todas as pessoas interessadas para participarem do curso. Para tirar dúvidas entrem em contato pelo email: FCamarotto@outlook.com





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