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13/10/2016

Eu professora

Dia dos professores chegando, semana com postagens especiais para esta data e percebi que eu nunca escrevi sobre minha experiência com professora de ballet (e sapateado) por aqui... Achei que era uma boa oportunidade de compartilhar essa vivência com vocês.


Agora que parei aqui para começar a escrever e percebi que já sou "Tia do ballet" há mais de 10 anos. Comecei com 18. Não vou falar quantos anos tenho haha mas faça suas contas e cheguem na idade aproximada rsrsrs! Enfim.

Quando comecei dava aulas numa escola de educação infantil para crianças bem pequenas. É muito difícil ser arte educadora (pois quando trabalha numa escola é isso que você se torna) por vários motivos: falta de estrutura que essas escolas oferecem; inversão de funções, muitas vezes eles não deixam você ser professora de ballet, você precisa ser uma recreadora e sim, são coisas distintas; tanta vezes também misturam idades, crianças muito pequenas de 2, 3 anos com crianças de 5 e 6 anos e dá muita diferença quando estamos falando de crianças...; as exigências muitas vezes não podem ser feitas, algumas chegam para aula descabeladas, outras com o uniforme da escola (isso quando não estão cheia de areia do parquinho...); espaço improvisados no lugar de salas de aula e por aí vai. Não te apresentam estrutura, mas querem resultados. Complicado. Trabalhei em algumas escolinhas assim e na que fiquei mais tempo foram 7 anos.

Cronologicamente essas histórias sempre ficam bagunçadas, mas neste meio tempo eu fiz faculdade, trabalhei em outros lugares no mesmo período em que eu dava aulas, só em horários diferentes. E também nesse meio aí eu comecei a dar aulas de ballet numa escola de ballet. Enfim eu podia fazer tudo do meu jeito! No meio de tudo isso também comecei a fazer sapateado e dar aulas do que eu aprendia para algumas turmas.

No começo eu era muito mais chata (ainda sou, mas eu era muito mais chata do que sou hoje). Reflexo da minha formação. Eu achava que eu precisava ser rígida e acredito que muitos professores pensem assim, mas acho que o limite disso não pode ser ultrapassado. Ultrapassei, por algum tempo. Por falta de experiência e com o tempo isso foi mudando. Continuo sendo uma professora firme, acho necessário, mas tento ser mais maleável e entender também que não trabalho com ballet de formação. Hoje em dia trabalho numa ONG, a realidade é bem diferente de uma escola de formação. Então eu tento explicar o máximo que posso, passar o máximo de técnica possível, sem deixa-las traumatizadas. Então hoje dou aulas de ballet e sapateado, duas vezes por semana, apenas.

Eu aprendo ao ensinar. Parece clichê, mas é a realidade de todo professor que está aberto.
Achar que sabe tudo, que é superior por ter mais conhecimento é ultrapassado.
O mais gratificante é ver seu conhecimento ser compartilhado e a dança se espalhando por aí. Uma troca de energias, de olhares, de vivências. Tudo com muita responsabilidade e compromisso.






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