23/11/2017
Você "consome" dança?
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Você "consome" dança?
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A gente reclama bastante que as pessoas nem sempre querem ir no ver dançar, aí outro dia, fiquei observando as pessoas que dançam nos festivais e percebendo que muitos dos bailarinos vão, dançam e só se preocupam com suas próprias apresentações e não assistem, parecendo estar "nem aí" para o trabalho dos outros grupo e me surgiu a pergunta: "você consome Dança?". Você é público de espetáculos de dança, vai assistir as companhias, os espetáculos de outras escolas que não sejam as suas, pensa no festival como uma oportunidade de conhecer e ver o trabalho das outras pessoas? Ou está apenas preocupado com a sua dança?
Outro dia ouvi alguém falando "quero abrir a Mostra de dança, assim não preciso assistir os demais dançando". Em um primeiro momento eu me assustei com essa frase, mas depois percebi e lembrei de quantas vezes eu pensei assim e foram muitas! Aí pensei neste post e aí comecei a observar o meu comportamento e dos bailarinos à minha volta.
Algumas vezes realizamos sorteios em nosso Instagram @mundobailarinistico e todas as vezes que o prêmio é convite para ir em uma aula, ou assistir a um espetáculo, a procura é quase insignificante. Ninguém quer ganhar convite para assistir o outro dançar!!!!
É tão contraditório, somos artistas e não consumimos artes! Não ajudamos nossa própria classe, somos um segmento egoísta. E as vezes temos desculpas "não vou porque é caro", "não vou por é longe", "não vou porque é tarde" e etc masssss muitos espetáculos são baratos e muitos são de graça e acontecem nos 4 cantos do país, nos mais diversos horários. No caso dos festivais, por exemplo, pagamos para dançar e não pagamos para assistir. E talvez por isso não damos valor, porque assistir "é de graça".
Agora eu me pergunto: se a gente que é a área não valoriza a dança alheia, como podemos cobrar a valorização das artes, da cultura e principalmente da dança das pessoas de fora deste universo?
Vamos tentar ser bailarinos menos egoístas.
Bailarinos que olhem para as danças dos outros com a mesma atenção, respeito e compreensão que gostariam que olhassem para a dele.