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31/05/2017

Entrevista - Guilherme Maciel - Grupo Jovem Paulista

Criador e diretor e junto com seu elenco vem conquistando grandes feitos em festivais de renome como Passo de Arte, Desterro, Joinville (2014), entre outros...


Natural de São Paulo iniciou seus estudos aos 11 anos de idade na Academia de Ballet Tânia Ferreira onde teve aulas de ballet clássico, jazz e dança contemporânea. Aos 15 anos passou a freqüentar escolas conceituadas como o Ballet Adriana Assaf, Pavilhão D, Raça Centro de Artes e Especial Academia de Ballet, assim trabalhando com grandes profissionais da dança nacional como Ricardo Scheir, Toshie Kobayashi, Jorge Peña, Eduardo Bonnis, Roseli Rodrigues e seu ensaiador Jolles Salles. Em 2006 e 2008 conquistou o terceiro lugar no Youth American Grand Prix em Nova York e bolsas de estudos para importantes escolas norte-americanas como Houston Ballet, Boston Ballet e The Harid Conservatory, onde passou um ano aperfeiçoando sua técnica. Em 2008, sob direção de Iracity Cardoso e Inês Bogea passou a fazer parte do corpo de baile da São Paulo Cia de Dança podendo assim trabalhar com coreógrafos e remontadores nacionais e internacionais. Em 2011 interpretou O Quebra-Nozes na 28º edição do espetáculo “O Quebra-Nozes” produzido pelo Cisne Negro Cia de Dança. Atualmente trabalha como bailarino, professor e coreógrafo na Escola Municipal de Bailados de Taboão da Serra, no IAM - Instituto Arte em Movimento, na Escola de Ballet Raquel Teixeira e na Escola de Ballet Coppélia além de dirigir seu próprio grupo independente, o Grupo Jovem Paulista.

Porque ballet?
Na verdade aconteceu por acaso, sempre gostei de dançar, copiava coreografias de clipes com facilidade e isso sempre foi notado pela minha família. Um amigo do meu pai estava comentando com ele sobre o espetáculo de ballet de sua filha e dizendo como era difícil achar homens que praticasse, então meu pai sugeriu que eu fizesse uma aula para experimentar, desde então, desde meus onze anos a dança anda de mãos dadas comigo. 


Além de ser a base para qualquer outro tipo de dança, se torna muito mais fácil se desenvolver em outras modalidades depois do ballet do que ao contrario.


Se imaginava vivendo profissionalmente de dança?
Desde o começo a intenção sempre foi me profissionalizar, nunca pensei na dança como hobby, claro que no começo era 100% como bailarino, com o passar do tempo senti uma necessidade de me desenvolver dentro da dança em outros caminhos, mesmo sabendo que isso aconteceria naturalmente.

Como é sua rotina atualmente?
Atualmente eu me divido entre meu grupo, o Grupo Jovem Paulista, alguns workshops e alguns trabalhos como partner convidado. Gosto de fazer coisas novas, de experimentar, então sempre que posso aceitar um trabalho que envolva a dança, mas fuja do meu convencional, eu procuro aceitar.

Seus alunos têm se destacado em festivais, ao que você atribui esses resultados positivos?
Eu atribuo esses resultados a um trabalho aberto, mesmo minhas alunas sendo adolescentes, eu procuro conversar com elas de forma madura, expondo seus pontos altos e principalmente os baixos da forma mais obvia e clara possível, dessa forma elas entendem bem as condições físicas e técnicas que possuem. Procuro também conversar bastante sobre como elas se sentem dançando determinada coreografia, como bailarino sei que é necessário dançar de tudo, mas sei também que quando dançamos algo que nos sentimos bem, desempenhamos da melhor maneira possível, seguindo esse raciocínio estamos sempre experimentando coisas novas sem cobranças e quando temos algum evento importante elas se sentem seguras o suficiente pra fazer o melhor possível. Esse são só os meus 50%, os outros 50% se deve a toda dedicação das meninas, o mais importante é que elas conseguem se dedicar sem perder a parte gostosa da juventude, elas separam bem a diversão do trabalho digamos assim, dentro da sala são concentradas e aplicadas, fora, são adolescentes comuns, com a única diferença que vivem de dieta pra cuidar do físico, rs. O respeito ajuda muito também, tanto da minha parte quanto delas

Como se sente quando eles são premiados?
A sensação de dever cumprido e trabalho reconhecido são com certeza as primeiras coisas que passam na minha cabeça, depois disso vem um orgulho inexplicável. Fico muito feliz por elas, por todos os trabalhos, por saber que aos poucos elas estão superando os desafios, as unhas encravadas, o medo do palco, e estão construindo uma carreira, uma historia na dança, e saber que eu estou fazendo parte disso é o que me dá forças pra trabalhar cada vez mais com elas, me lembro de todos os meus professores, de como cada um deles contribuiu para que eu me tornasse o profissional que sou hoje, é simplesmente gratificante.

De 0 a 10, qual nota você daria ao seu nível de rigidez e senso crítico?
Acho que rigidez 6 ou 7, mas senso critico 10 com certeza, sou muito chato pra algumas coisas, principalmente quando se trata de figurino, maquiagem, cabelo. 


O que cada aluno deixa em você?
Experiencia. São seres unicos de fato, com qualidades diferentes, defeitos diferentes, temperamentos diferentes, vou aprendendo a trabalhar como todo tipo de gente, e vamos juntos acumulando historias, o que vivemos juntos, todo tempo que passamos juntos não pode ser apagado, elas fazem parte da minha carreira, da minha historia de vida, de certa forma, no meu momento atual elas SAO minha carreira, são o meu trabalho, é um padrinho meu em cena, um pedacinho meu no mundo.

Pra você a dança é:
O que me sustenta financeiramente e espiritualmente, aquilo que me faz voar sem tirar os pés do chão.

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