O aprendizado do ballet
é lento, gradual, requer disciplina, prática e muito estudo até que realmente
possa ser dançado.
Para que os alunos assimilem bem os passos e possam chegar a sua forma final
traduzindo-os em uma dança expressiva é preciso que o professor tenha um
programa organizado e focado nos fundamentos dos exercícios para cada nível. Um
programa inicialmente pensado na compreensão dos passos e numa evolução dentro
de um trabalho limpo e fundamentado, onde o aluno aprenda desde cedo a dominar
a força do tronco e o equilíbrio necessários para o autocontrole nas classes
mais avançadas.
É importante que o professor entenda que o aluno é um individuo em formação e a
sala de aula é um momento de estudo e por isso, precisam organizar um esquema
de aula onde eles possam, mais que repetir suas sequências, estudar os passos e
exercitá-los de maneira correta e organizada.
Alguns professores anseiam por longas e complicadas sequências, por acharem que
valorizam suas aulas; no fundo eles estão deixando de lado o estudo, o ensino
fundamental da dança acadêmica que é muito parecido com o da escola padrão, por
exemplo: “caso você não aprenda desde cedo consoantes e vogais, não formará pedacinhos,
depois não juntará, não formará palavras tão pouco um texto. O aluno que não
passa por isso, pode até copiar uma palavra, mas não saberá o que ela realmente
quer dizer, aonde e como usá-la”. Da mesma forma o Ballet, que tem uma
estrutura de ensino fortemente fundamentada e quando não seguida torna
bailarinos meros copiadores de sequências e diga-se de passagem sem nem uma
qualidade, haja visto a falta de tônus, de estrutura física que deixou de ser
formada no começo quando os passos deveriam ter sido estudados e não jogados
para eles pegarem o que desse pra pegar.
Muito das dificuldades nas salas avançadas vem da falta de preparo e de
estrutura das salas iniciantes onde professores estavam mais preocupados com o
lado lúdico, que de certa forma é o que mantém a criança “motivada”, do que com
o futuro que os aguarda com alunos mal acabados.
Por isso, ao invés de ficarmos viajando em sequências longas, ou em músicas
bonitinhas que causem “efeito fofura” em nossas aulas, temos que tentar mesclar
um pouco de tudo para que, futuramente, em ensaios ou em turmas de níveis mais
avançados, não estejamos gritando “ESTICA A PONTA!!!!” Que é Báááááásico!