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21/10/2016

Você No Mundo Bailarinístico - Estéfani Ibanhes

Hoje nosso "Você No Mundo Bailarinístico" é a história da Estéfani Ibanhes ;) Conte também sua história. Envie para mundobailarinistico@gmail.com 


"Olá.Meu nome é Estéfani Fabiane Martins Salto, mais conhecida como Estéfani Ibanhes. Comecei a fazer Ballet (método Royal) em 2006. Nesse ano, 2016, eu completaria 10 anos de Ballet. No entanto, tive que dar um tempo para poder me dedicar aos estudos - desde 2013. 


Tentei em 2015 voltar a fazer aulas em outra companhia de dança e com outro método de Ballet, o Vaganova, mas a tentativa foi sem êxito e após 1 mês tive que deixá-la. 

Em minha 'primeira academia de dança', o foco era o Ballet Clássico,mas dançávamos também Jazz e Contemporâneo nas apresentações.
Realizei durante a minha estadia 4 provas da Royal e consegui notas muito boas tendo em vista o grau de dificuldade dos exames.

Não gostaria de me ater aos méritos e encomiásticos que obtive. Por isso, vou contar sobre " eu no mundo bailarinístico". E lembre-se: sempre fui muito tímida e apaixonada loucamente pelo mundo do Ballet. 

Para contar a história, vou precisar primeiro falar de uma pessoa que foi a minha base no mundo da dança: a minha professora Tite Marques. Tudo começou em um convite para dançar em sua 'Cadimia', como ela mesma designava. Aceitei. A Cíntia, na época secretária da 'Cadimia', foi me buscar para escolher a cor do Collant que eu queria usar, além de me entregar o resto do uniforme. Escolhi o Collant azul claro.Você pode estar questionando: Mas o que a cor do Collant tem a vê com tudo isso? Eu respondo: até hoje eu tenho os Collant, sapatilhas, sapatos, saias e algumas meias que usei durante esses anos, guardados.
Mas voltando... Tenho uma necessidade enorme em falar sobre ela, não apenas como retribuição pelo convite que me fizeste, mas também pela dedicação que teve com suas alunas. E vou comprovar isso à diante.


Para muitos, para ser bailarina é preciso saber 'andar na ponta', caso contrário, não a és. Mas acredite, pura e amarga ilusão. Ser bailarina vai além de dançar na ponta do pé e usar tutu.Ser bailarina é entender a si mesma, entender seu corpo, usá-lo, abusá-lo. A dança é tão complexa que não podemos restingui-la a 'pontas dos pés' e tutu. Dançar é o dom de expressar e transmitir o bem que você sente quando escuta uma música, mas não se resume apenas aos pés. Vai além. A dança é a manifestação dos nossos sentimentos através TAMBÉM do corpo todo, do olhar, das mãos, da cabeça...

Mas por que falar disso? Porque eu nunca dancei na ponta dos pés, apenas fiz algumas aulas e exercícios. E agora, comprovarei a dedicação da minha guia. Sempre tive dores em meus pés durante e após os ensaios. Ela, poderia me colocar para dançar na ponta. Ela colocou? Não! Aliás, pouquíssimas alunas dela subiram. Por quê? Porque ela sempre colocou a saúde (bem estar social, físico e psicológico) das alunas em primeiro lugar. Segundo ela eu tinha condições para subir na ponta, mas temos que respeitar nosso corpo. 

Hoje, presenciamos no Brasil diversas professoras que colocam suas alunas para dançar na ponta dos pés para atrair mais 'clientela'. Mas ela não é assim. Durante os meus anos de Ballet sempre deixou claro que preferia ter poucas alunas, ao invés de comprometê-las. E é de profissionais assim que precisamos, não só na dança, mas em todos os âmbitos. Profissionais comprometidos com o que fazem e PARA QUEM fazem. Profissionais que não pensem no montante que terão ao final do mês, mas na qualidade de suas bailarinas. 

 Ela sempre foi simétrica. Os figurinos tinham que estar tudo milimetricamente perfeitos, na medida certa. Lembro uma vez que foram feitas três, TRÊS, saias para eu fazer o exame da Royal. Chegamos no local do exame e ela fez eu vestir as três e tomar distância para ela ver qual estava menos torta. Essa lembrança é tão boa, arranca vários risos meus... 

 Ela sempre foi detalhista. As alunas deveriam estar todas vestidas exatamente iguais. Lembro que quando íamos fazer a prova da Royal tinham os um esmalte padrão para todas. E todas deveriam passar o mesmo. 
Sabe, muitas alunas saíram da 'Cadimia'.Mas caí entre nós, elas que perderam.E perderam muito. 
Hoje, se eu for me tornar professora de ballet, posso dizer que ética profissional e comprometimento eu terei, porque o bom exemplo eu tive... a essência do Ballet, do ser bailarina, do dançar, do ensinar, do aprender.

Por fim,ressalto: muitas habilidades são inúteis se não houver um bom guia. Para uma bailarina é fundamental ter um olho que lhe analise e critique. E, se for um olho da categoria que eu tive, adianto, é um luxo e uma honra que não se pode desaproveitar.

Agora que terminei meu curso, irei mudar de cidade para continuar os estudos e mais uma vez o sonho de retornar ao ballet se distancia. Quem sabe em minha nova cidade eu encontre uma academia que se comprometa inteiramente com as alunas. Mas caso eu não encontre, vou seguir os meus estudos e sempre com o sonho de retornar ao mundo da dança. E, quem sabe, um dia eu e dança nos encontramos por aí... Se for para ser, irá ser. Maktub: Estava Escrito! 

:)
"
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