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31/05/2015

Por que o excesso de cobrança pode estar atrapalhando sua melhora de rendimento

Eu e minhas descobertas bailarinísticas! A de hoje é a Maria Cristina Lopes do Ballet sem estresse. Uma página muito legal no Facebook, que tem como objetivo  espalhar a maneira como a ciência da psicologia pode ajudar bailarinos, mães, pais e professores de bailarinos.

O texto dela de hoje fala do excesso de cobranças, muito legal!

Desde que comecei a trabalhar com a dança percebo algumas frases comuns de bailarinos. Algumas dessas são típicas. Já me preparo quando estou na coxia. Depois do agradecimento saem sem fôlego com a já manjada ideia “foi tudo horrível”. E é daí para pior.

Eu já falei o quanto pensamentos influenciam emoções e comportamentos. Então obviamente estou muito interessada em capturar estes pensamentos. Agora pare e pense: o que este pensamento vai gerar? Certamente uma emoção ruim, de fracasso, culpa, etc. Mas e o comportamento? Como um bailarino que pensa dessa forma vai se comportar?

Muitos vão ler e dizer: “ora, de que vale a pena eu me sentir bem? Se eu vejo que está ruim eu vou fazer mais aulas e melhorar muito mais. Então esse é um pensamento muito bom!”. Ledo engano. É obvio que o bailarino vai buscar melhorar sempre mais. O trabalho é exaustivo em busca do inalcançável: a perfeição. Mas esta busca pela perfeição deixa os bailarinos cegos. A atitude dos bailarinos se torna esta: tudo o que não é perfeito não me serve. E como já disse antes a perfeição é inalcançável! Quem dança tende a ter pensamentos do tipo “tudo ou nada”, “oito oitenta” e passa a não enxergar as nuances.

Quer saber o resultado? É simples: não conseguem ver onde melhoraram, onde ainda precisam se esforçar mais e acabam por não conseguir dar atenção especial a nada em aula. Usam o mesmo esforço para tudo, ou seja, não se esforçam a mais em nada. Quando acabam a aula e querem praticar alguma coisa ficam um pouco sem saber o que praticar exatamente. Não raro um professor ou colega fala que o bailarino melhorou e ele responde com um olhar surpreso. E para o que ainda deve ser desenvolvido o bailarino também se cega, por achar que está “tudo horrível”.

Portanto: quando saem da coxia e falam “foi tudo horrível” peço que se acalmem, façam suas atividades do dia normalmente e assistam a um vídeo da apresentação no dia seguinte – é muito importante sempre ter alguém para filmar. Por quê? No dia da apresentação o pensamento de que “tudo foi horrível” está “quente” (ainda tem muita força na nossa mente). No dia seguinte nossa mente já está mais livre desses pensamentos negativos. Depois de assistido ao vídeo geralmente já se tem uma ideia diferente da apresentação, podendo ser percebido por frases como “até que isso eu fiz bem”. Então, feito isso peço que escrevam o que afinal está tão ruim, mas também do que está bom. Assim, o bailarino vai fazer uma lista clara e específica e perceber que afinal, não foi “tudo ruim”, mas sim algumas coisas pontuais.

O resultado: ele poderá em aula depositar maior energia e dedicação a alguns movimentos que precisam de maior atenção e claro não terá tantos sentimentos negativos.  Apesar de parecer a princípio bom se pensar que tudo está ruim, afinal de contas não é tão positivo para o rendimento final. Portanto, comece a perceber que nem tudo que não é perfeito é horrível. Passe a notar pequenas mudanças e melhoras e continue cada vez mais a buscar seus sonhos!

Maria Cristina Lopes
Psicóloga Clínica CRP 5/47829
www.mariacristinalopes.com
www.facebook.com/balletsemestresse

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